A cultura do cancelamento começou a alguns anos com intuito de chamar a atenção de marcas e pessoas para causas sociais e de discriminação. Quando iniciou a ideia era que as marcas, empresas e até mesmo pessoas se retratassem quanto a comportamentos racistas, classistas, homofóbicos, etc. Uma das campanhas que deram o estopim a esse movimento foi a #metoo que mobilizava vitimas de assedio sexual a terem voz e denunciarem também os abusos sofridos em Hollywood no ano de 2017.
A famosa justiça social , veio ganhando peso com o passar dos anos e recentemente teve seu bum, com o isolamento social. As pessoas passaram a ficar mais em casa por consequência ter mais tempo na internet, e todos viraram promotores e juízes, julgando e condenando, pessoas e empresas, por atos dos quais não estavam de acordo.
O Caso mais recente de cancelamento veio com o BBB21 onde a cantora Karol Concá foi cancelada devido a dissonância de seu comportamento dentro e fora da Casa.
Mas esse não foi o único caso polêmico envolvendo uma pessoa famosa. Em Abril de 2020 a Digital influencer Gabriela Pugliese, foi duramente criticada, por ter dado uma festa em sua residência durante a pandemia, debochado da situação em seus stories, poucos meses depois de ter se curado da doença.
A internet não perdoou e ela foi automaticamente cancelada, as hashtags logo começaram a subir com o nome dela, exigindo que os patrocinadores da musa fitness rompessem seus contratos com ela. Por consequência disso ela perdeu muitos seguidores, teve sua conta de Instagram temporariamente cancelada, e ainda perdeu vários contratos, estima-se que o prejuízo financeiro causado pelo cancelamento da influencer beirou em torno de 2 milhões de reais.
A cultura do cancelamento é muito ruim, mas a crise se bem trabalhada pode ser revertida em algo positivo, como foi o caso da marca de cerveja Skol. A empresa foi cancelada devido a suas campanhas publicitárias que foram consideradas por muitas mulheres como sexista e machistas. Como por exemplo a campanha do “Esqueci o não em casa”de 2015 .
A virada estratégica da marca veio em 2018 quando sua equipe de marketing lançou uma campanha que mostrava a diferença entre paquera e assédio no carnaval. Esse novo posicionamento da empresa renovou não só a cara da marca, como também conquistou um publico antes esquecido, o que gerou mais vendas para a empresa.
Isso mostra o quão importante é pensarmos a estratégia de marketing e venda das nossas empresas, visando não só a venda em si mas como aquela propaganda será recebida pelo público.
E como se posicionar em um momento como este, em que a cultura do cancelamento esta muito forte e todos tem um poder muito grande de julgar aquilo do qual não concorda?
A maior dica nesse momento é ser transparente, a empresa precisa se posicionar sim, mas de acordo com os valores que ela acredita e se estes estão acordo com a suas politicas. De nada adianta tentar empregar uma imagem maculada, sem ranhuras, levantando bandeiras importantes e sociais, se no interior da empresa, essa politica não é empregada. Isso pode ser ainda mais catastrófico, como foi o caso de muitas empresas, que se posicionavam antirracista, mas não empregavam nenhum funcionário negro em seu efetivo.
Por isso a transparência é sempre a melhor solução, aliada ao respeito a causas e as lutas, mas sendo verdadeiro quanto ao seu posicionamento.
“A gente sempre fez assim, e deu certo ”, e “Falem mal ou bem mas falem de mim”, já não cabem mais e podem ter consequências catastróficas para a imagem da empresa.
É um período que exige sim mudanças comportamentais e estruturais pois o mundo hoje já não é o mesmo de 20, 30 anos atrás, aliás se pensarmos na evolução que tivemos nos últimos 10 anos já podemos compreender que, aquelas velhas frases: “A gente sempre vez assim, e deu certo ”, e “Falem mal ou bem mas falem de mim”, já não cabem mais e podem ter consequências catastróficas para a imagem da empresa.
A cultura do cancelamento veio de encontro com comportamento dos consumidores que hoje tem muito mais peso nas estratégias de marketing das empresas do que já teve antes, por isso, mais do que tentar atingir uma imagem de empresa perfeita, é importante ser real, admitir erros e fraquezas passadas e demonstrar-se aberto a mudanças a adaptações.
Acredito que nos dias atuais o que mais define quem sobrevive nessa cultura de cancelamento, não é quem tem mais capital ou história, e sim quem melhor se adapta.
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